Surpresas.

Dando algumas voltas no Hospital de Base daqui de Brasília, me deparei com uma amiga que não via há tempos. Ela está fazendo residência no HBDF na área de psiquiatria, ela me convidou para ver a quadrilha dos pacientes psiquiátricos. Não sou muito fã de festas juninas, mas concordei. Fomos a uma área de lazer do hospital que estava bastante enfeitada, cheia de bandeirinha e balões coloridos, música alta e tudo que uma festa junina tem direito. Um arraso.
Quando cheguei me surpreendi não me parecia nenhum pouco com uma festa de “doentes” muito boa à festa, sério. A animação rolava solta. E ela ia me mostrando discretamente as pessoas e me explicando os casos de cada um. Cada história impressionante. Lições de vida. Ela me pediu para que eu tirasse fotos de alguns pacientes, cheguei em uma menininha que me aparentava ter uns 8 anos e perguntei “posso tirar uma foto sua?”Ela me respondeu com um sorriso lindo de morrer: “só se a senhora tirar comigo, tia”. Nem deu para resistir a um sorriso daquele, a mãe da garotinha tirou a foto, ainda vou atrás dessa foto e posto aqui para vocês perceberem que eu não mentia em relação ao sorriso dela. Sou uma mulher fascinada por sorrisos.Já deu para perceber,eu acho.
Depois fiquei sabendo do caso dela, ela na verdade tinha 6 anos e é esquizofrênica desde os quatros anos, mas faz tratamento e está bem controlada, e ela mora em uma cidade satélite e faz tratamento lá no hospital de base, pois a família não tem condições de pagar uma clinica, há dois meses ela teve uma crise e precisou ser internada, um docinho de coco ela, ela se chama Alice.
Ah esqueci de falar pra vocês que sou apaixonada por pacientes psiquiátricos, adoro trabalhar nessa área.
Tive que voltar logo para meus afazeres verdadeiros, que me levou ao hospital, mas foi uma experiência boa, conhecer a pequena Alice e todos aqueles pacientes que superficialmente eu tive contato.

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