Só queria

Eu só queria andar de mãos dadas no shopping, vendo vitrines e falando da vida. Queria um jantar a luz de velas, com arranjo de centro, comida feita com amor. Queria sorrisos sinceros. Queria um telefonema pra me acordar em um dia comum. Alguém pra participar da minha vida. Uma pessoa que conhecesse cada pedaço de mim. E gostasse deles. Como eu sou. Eu queria me sentir à vontade ao lado desse alguém. Eu queria que ele usasse meu perfume predileto. Eu queria que ele fosse minha última lembrança antes de dormir. E a primeira ao acordar. Antes disso eu queria que ele fosse meu sonho bom. Queria ser seu presente mais bonito, seu futuro mais gostoso. Queria respeito de alma. Carinho profundo. Vontades mútuas. Queria que ele gritasse aos quatro ventos que eu sou dele. Que meu coração bate compassado, dançando a mesma música que o seu. Queria companheirismo. Queria planos. Pra hoje e pra amanhã. E pra depois disso também. Queria dividir minhas dúvidas, meus problemas, minhas intenções. Queria declarações em guardanapos. Compromisso selado. Queria dividir o último bombom da caixa. Queria doses homeopáticas de carinho. E outras doses cavalares de amor. Eu queria que ele me desse a lua. Eu queria namorar no carro embaixo de chuva. Eu queria silêncio que substitui todas as palavras necessárias. Queria vinho barato e boa companhia. Queria romantismo na madrugada. Queria buquê de rosas com cartão datilografado. Queria um “eu te amo” falado com os olhos. Queria mesmo era sentir esse tal de amor...

Mas querer às vezes cansa. Prefiro viver (mesmo que não sejam os meus “queria”).

1 Comentário:

Lílian Alcântara disse...

Ao mesmo tempo que é um tipo de texto um pouco tradicional, eu gostei muito. Tem um 'quê' a mais, que me despertou interesse. Não sei explicar muito, fica assim.